segunda-feira, 16 de abril de 2012

Eu e eu mesmo, a saga.

Quando eu estou sozinho é quando eu sou livre pra fazer o que eu bem entender. É quando eu posso ser eu mesmo comigo mesmo e isso é a minha válvula de escape. Quando eu me liberto de correntes e me permito voar, quando eu vivo plenamente a minha capacidade de pensar - capacidade invejável, por sinal -. Tenho a habilidade de pensar muita coisa simultaneamente, de me entregar ao que me apaixone, e esses pensamentos são meus, são meus verdadeiros amores, me apaixono por eles a cada vez que me isolo do mundo, cada vez mais.


As minhas caminhadas são os maiores exemplos dessa paixão pelo pensamento, durante o trajeto que percorro de um lugar a outro é quando eu mais me entrego a esses devaneios. Vou de onde eu saí ao meu destino em dois minutos, meu cérebro permite que eu viva isso, independente de horário, independente de tempo, de mundo. Independente de tudo, é quando eu sou realmente eu. E o mais importante, é quando eu sou realmente eu comigo mesmo. Quando eu vejo o quanto sou completado por aquilo que me rodeia.


A minha introspecção me dá essa habilidade de me renovar cada vez que eu caminho, porque é isso que eu faço comigo mesmo, eu me renovo, sou um novo cara a cada vez que eu me entrego a mim mesmo. Sou novo a cada vez que eu tiro os limites da minha cabeça, a cada vez que eu pulo com vontade nesse mundo particular que é só meu, que eu me dou por direito. Não posso exemplificar para que seja melhor entendido, também não faço questão. É meu. Só meu. É o que me possibilita viver imensamente mais feliz, é por causa dessa renovação que eu sou capaz de rir sozinho à tarde, ficar feliz sem saber explicar por que.


Sou apaixonado por essa habilidade, apaixonado mesmo. Nunca tinha tido capacidade de transcrever isso em palavras, nunca havia pensado nisso com tanto amor, mas hoje me superou, escrevi esse texto como se já tivesse montado na minha cabeça há mil anos. Escrevo e leio, parágrafo por parágrafo, e rio sozinho, rio de mim mesmo. Mas não me importa se rio de felicidade ou se rio por me achar doido, eu tenho a capacidade de rir de mim mesmo!! Vou caminhando pelos parágrafos, pelas linhas, pelas palavras, pelas letras, vou montando uma após a outra ligando pontos mentais que foram criados tempos antes. Ligando com amor, ligando os pontos com intensidade tal que eu jamais conseguiria fazer com que entendessem.


É a primeira vez que eu escrevo um texto e desejo que o mundo o leia, primeira vez que quero quero gritar pra todo mundo o quanto eu amo pensar, o quanto amo imergir na minha cabeça doida e infinita, me entregar a tudo que estiver ao alcance de ser montado por ela. Primeira vez que eu escrevo um texto, realmente, com amor, que escrevo sem querer parar de escrever, sem querer terminar logo para que eu possa lê-lo e ver o que saiu. Quero apenas continuar escrevendo sobre a minha minha introspecção e o quanto eu gosto disso.


Mas, não posso escrever para sempre, não posso simplesmente digitar até o mundo acabar, se pudesse eu o faria, pararia algumas vezes para pensar - e me renovar -, mas não posso. A verdade é que eu estou descobrindo paixões que eu tenho, paixões que me movem, e isso tem me dado uma motivação sobrenatural para que eu possa seguir adiante diante de tanta coisa que tem acontecido. Paixões que eu faço questão de dividi-las e, aqui estou eu dividindo uma delas. O começo. A ponta do iceberg. A paixão que nutre as raízes das outras. A minha paixão por pensar. Enquanto digitava esse texto, escutava músicas de 10, 12 minutos, muitas, passaram em segundos enquanto digitava. Essa é outra paixão, acalentadora da alma, mas essa é motivação para outro texto. Começo pela raíz e vou destrinchando o amor a mim mesmo, materializado em complementos da minha essência. A primeira e maior delas é essa, a capacidade de pensar tanto e com tanta força.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Crônica de um assassino louco

Bom, no dicionário diz-se que doido é aquele que perdeu a razão, louco. Será que eu estou ficando doido então? Eu acho que tô demais!! Outro dia eu tava andando, indo pra faculdade, tranquilamente, escutando Lynyrd Skynyrd, quando, de repente, surgiu um carro no meio do caminho, no meio do caminho surgiu um carro. Eu trombei no retrovisor do carro com tanta força que eu achei que ele tinha ficado dependurado no meu quadril, não tive outra alternativa a não ser xingar até a 5ª geração do motorista do carro, aí vem a surpresa, e a razão de eu estar perdendo-a, o carro tava estacionado. Não tinha ninguém lá dentro, e eu, sozinho, xingando um carro estacionado. Pensei comigo, esse carro deve tá me achando um doido, aí, eis que, novamente surge a minha habilidade em criar histórias.

*som de início de uma história*

Todos os dias, regulares como todos os outros, acordo de manhã logo cedo, como de costume, e, carinhosamente, sou despertado por aquele que sempre me leva até aquele endereço próximo ao prédio grande onde, gentilmente, me coloca naquele lugar e ali me sinto muito feliz, e nunca apenas usado. Sou tratado com todo amor que pode ser dispensado a alguém, vivo limpo, com sapatos novos brilhantes, e tenho inúmeros amigos. Todos os dias encontro-os, alguns dias uns chegam mais tarde, outros mais cedo, mas nunca deixamos uns aos outros de lado, sempre guardamos lugares uns para os outros. A nosso lado passam sempre uns meninos mais novos com pessoas nas costas, não entendemos muito bem, mas eles sempre são muito simpáticos e, nós também somos com eles. Vivo essa vida feliz e pacata, satisfeito, nunca fui muito pretensioso, me dou por saciado com o que eu atingi. Até aquele fatídico dia.

Era um dia como todos os outros, estávamos nos divertindo, como sempre. Ríamos, fofocavamos sobre as moças da rua de trás, um amigo nosso fora trocado por um menino mais novo e mais forte, ficamos com medo, mas percebemos que ele era uma pessoa gente boa também, sentiremos saudades dele, mas o novinho também era legal, esse é o ciclo da vida, ele já estava velhinho, foi melhor pra ele ficar mais tranquilo!! O dia foi passando tranquilamente, a hora de ir embora estava chegando, alguns amigos já tinham ido - eu sempre era um dos últimos -, até que vi aquele rapaz andando distraído, com fones de ouvido, parecia estar curtindo a música, cantava em voz alta, percebi que era Lynyrd Skynyrd na hora, pois escutava quase todos os dias também.

Reparei que vinha andando na minha direção, não dei muita bola, ele parecia gente boa, quando, de repente, tomei um grande tapa na orelha, parecia até que havia sido um tiro, ou pelo menos uma facada, tamanha a força, me virei para olhar, aí que assustei ainda mais, reparei que era aquele menino gente boa, que curtia Lynyrd Skynyrd; não entendi muito bem o que aconteceu, mas sei que ele começou a me xingar duramente, e então, ele começou a rir, sozinho. Fiquei com medo, com muito medo. Rezei para que meu amigo chegasse logo pra me levar embora, meus amigos todos se assustaram com o barulho, mas ninguém ousou falar nada, então ele foi andando, seguindo o seu caminho, falando sozinho, praguejando e rindo, meio ensandecido, jurava ter visto espumas no canto da boca dele. Até hoje tenho muito medo, meus amigos me dão muita força, mas é dificil. Vai chegando 6 horas, 6 e meia, eu começo a tremer, com medo de que ele possa voltar e cismar com minha cara. Nunca mais o vi, mas nunca se sabe. Desde aquele dia eu rezo a Deus todos os dias e durmo com o olho aberto e outro fechado.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

E o que eu faço com você?

Já estou perdido, envolto num turbilhão de pensamentos. A vida vai caminhando, vai indo, e eis que, quando penso estar tomando um rumo, chega você e tira todos eles, me coloca como a um cachorro que persegue a própria cauda. O que eu faço? Vou seguindo, dia após dia, acordo nervoso, retraído, feliz, rindo a toa e, como mágica, você consegue mudar isso, faz do dia dificil, alegre, do alegre, dificil. Põe interrogações onde, antes, eram exclamações, e exclamações, onde eram interrogações. Atordoa-me com palavras inesperadas, me entorpece com sorrisos únicos. O que eu faço com você? É uma pergunta cuja resposta foge do meu alcance, eu não sei o que eu faço, se te mato, se te abraço.


E agora, Maria? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum. O que eu faço com você? A idéia de viver o agora soa como Enya cantando 'Now we are free' na minha cabeça, saber que a banalidade do carinho despretensioso faz bem assim já é o bastante. Eu sempre fiquei puto de perder o controle, mas aprendi que não é preciso saber, exatamente, aonde vai para poder rir sozinho. A imaginação voa quando penso no futuro, mas aqui aprendi a fazê-la voar no presente.


A intransigência, a inconstância, a pirraça, e, então, ganhar um beijo demorado ao encontrar. Virar a cara e, de repente, se entreolhar e só sorrir, perdidos. E, é assim desde o princípio, quando quase fui enforcado por causa de alguém que derramou cerveja no sapato bonito e, em outro minuto, fui largado pela música ruim e, então, dividimos um chicletes. Começando assim, não havia perspectiva de ser simples, não havia nem perspectiva. E cá estamos nós. O que eu faço com você? Corro pra longe? Corro pra perto? Por mais que seja tão confuso, nunca foi mais ou menos. Sempre foi uma epopéia.


Viver, ser, pular de ponta na piscina meio vazia - ou meio cheia? -, ainda que eu não saiba o que fazer com você. Fico aqui com meus pensamentos, e deixo pra você dar o nome, enquanto você se protege 48 horas.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quem sou eu?

Sou o que sinto ou o que me ensinaram a sentir?
Sou meus desejos ou a culpa que me foi inculcada?
Sou meus sonhos ou os pesadelos que me foram impostos?
Sou minha busca ou a caixa em que fui colocado?
Sou minha capacidade de amar ou o amargor da insatisfação?
Sou paixão ou repressão?
Sou criatividade ou fúria?
Sou a vida que ferve ou a letargia que corrói ?
Sou o meu caminho ou sigo a rota que me foi indicada?
Sou o que quis ou o que fizeram de mim?
Sou o que sou ou a imagem que fazem de mim?
Sou quem eu quero ou o que querem para mim?
Não sou.
Não posso ser.
Não quero ser.
Quero construir minhas escolhas,
Quero sentir meus desejos,
Quero experimentar meu amor,
Quero percorrer meus caminhos,
Quero a vida,
Quero a paixão.
É isso.
Isso que sou.
Sou minhas escolhas.
Sou minha vida.
Eu sou!
E isso basta.

Retirado do blog tdah-reconstruindoavida.blogspot.com, genialmente, escrito por Alexandre Schubert, portador de TDAH e grande escritor nas horas vagas.