terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pai, sempre pai

Pai,
 
Não lhe escrevi nada no Dia dos Pais, pois não queria restringir o meu amor e agradecimento por você ser quem você é para mim. Todo o orgulho que tenho por ser seu filho não é passível de quantificação, muito menos de limitação a um dia. Sei que o Dia dos Pais é apenas um símbolo, porém, ainda assim, não quero parecer que eu lhe tenho amor apenas esse dia, acho que as atitudes diárias, a felicidade por ter você na minha vida são sensações irrestritas.
Obrigado por ser quem você é, obrigado por ser meu guia, obrigado por me amar indistintamente, obrigado por estar aqui, apesar de eu lhe chatear tantas vezes, obrigado por me ensinar os verdadeiros valores da vida, obrigado por ser tão importante no meu caminho, obrigado por me levar no seu colo quando eu preciso, um dia eu pretendo lhe oferecer em troca tudo isso que tem feito por mim, ainda sabendo que a sua satisfação comigo se dará quando eu vencer, isso apenas mostra o quanto o amor de pai não é orgulhoso nem pretensioso. Obrigado por ser exemplo, por me ensinar como se deve ser um pai maravilhoso, obrigado por me dar tudo que tenho, obrigado por ser tão espetacular, por ser meu herói, meu modelo, meu norte.
Não conheço as sensações da paternidade, mas imagino que seja árduo, e é por isso que cada dia que acordo e abro meus olhos, levanto-me da cama com a certeza de que, por você, eu tenho que suspirar mais forte e batalhar aqui fora a minha vitória. E eu vou vencer, por mim, por você, pela sua fé em mim, pela sua irrestrita entrega. Eu amo você além do término do infinito, e cada dia mais, não só no Dia dos Pais, esse infinito vai se tornando um pontinho menor perto desse amor.
 
Fica com Deus,
 
Um beijo do seu filho orgulhoso.

domingo, 5 de agosto de 2012

Corriqueira felicidade

Permaneceu deitado, o suor lhe escorria pelas costas, riu quando ela levantou e lhe olhou com aquele sorriso bobo e fez um pequeno joia com a mão, enquanto com a outra se arrumava. Observou-a caminhar até o banheiro, não conseguia desviar o olhar, nem disfarçar o sorriso, também não queria disfarçar nada. Esperou, viu-a voltar, sentar ao seu lado, lhe dar um abraço, um beijo, e com todo esforço do mundo tentou levanta-lo, em vão, não ia conseguir, mas ele adorava o jeito que ela tentava. Resolveu compadecer-se dela, levantou, foram para a cozinha, abriram a tampa das panelas, viram o resto do almoço virar um jantar em plena Champs Élysées, ela pegou um prato - raramente precisavam de dois -, serviu e, dali, partiram para a sala, onde deitaram-se embolando as pernas, quase se misturando. Apreciaram aquela iguaria com a boca mais gostosa do mundo, se olharam, riram, sabiam que ambos estavam ali, ninguém precisava falar nada. Recolheu o prato e o copo, deixou sob a pia, voltou prali, no seu refúgio, repousou a cabeça sobre seu peito, e com a mão, lhe acariciava a barriga, o peito, o braço, a cabeça, a mão, a perna, e o deixava sem ar, feliz, mas sem ar, e era aquilo ali que ele queria, exatamente aquilo, tanto é que ela parou por sentir seus braços doerem e ele disse: -Aaahh... mas porque parou?, e ela riu da cara dele, do tanto que ele era manso, mas achou lindo, porque ele adorava o carinho dela, e -disso ela não sabia-, mas o que ele mais adorava era ela fazer aquilo só porque ele gostava. Ali se sentia na sua casa, no seu canto. Novamente se levantaram, foram para o quarto, era hora de dormir, debaixo das cobertas, juntos, colados. Deitaram, de novo ela com a cabeça em seu peito, foi quando ela afastou-se um pouco e disse: -Deixa eu te olhar.., e ele deixou, então os olhos dela pararam direto sobre o seu, quase como um médico-legista, aquele olhar lhe dissecava, e ele sabia disso, mas não se importava, ele gostava de ser dissecado, gostava quando ela brincava de adivinhar os seus pensamentos e também não se importava com nada em volta, pois aquela cama era o seu mundo, aquele momento era a eternidade.