quinta-feira, 31 de maio de 2012

Shine on you crazy diamond.

Sou apenas um jovem com 22 anos, muito pensativo e aprendendo a ser homem, foram 22 anos vividos com muita intensidade, sem metades, e, ao refazer mentalmente esse percurso, vou lembrando de prazeres abandonados com o tempo, inexplicavelmente. Vou lembrando de mim mesmo, abandonado por colapsos de amor-próprio. Falhas imperdoáveis, se pensar na vontade de se ter a reciprocidade. 

Num processo sistemático, me puni, mais do que qualquer outra pessoa, me decepcionei comigo mesmo, me entreguei a buracos de onde sair sozinho seria difiicil, fui incapaz de perceber o quanto me destruia, me envolvia num flagelo mental, onde quem estava no pau-de-arara era eu e o carrasco a minha consciencia exigente.

Diversas vezes, abri mão de mim mesmo em prol de algo que eu acreditava, algumas vezes, equivocado. Sempre fui assim, idealista, fiel aos meus pensamentos, capaz de mudar o mundo por aquilo que eu achava ser o certo. E, hoje, sem pensar meia vez, não me arrependo nem um segundo dos equívocos, tudo que vivi, acreditei, foi de corpo e alma, por mais que não fosse o melhor pra mim, foi onde eu mais aprendi.

Aprendi.

E com esse aprendizado, por mais irrelevante que seja, dia após dia, venço lutas, travo batalhas comigo mesmo, tentando me libertar dessa tortura há muito tempo imposta pela minha cabeça cruel. Sem, nem por um segundo, deixar de acreditar nas minhas verdades, freio essa dor que me causo. Por mim. Pela reciprocidade.

Junto com David Gilmour, canto para mim mesmo, para eu me lembrar de como eu era quando criança, de como brilhava como o sol.Vou recuperando o brilho do diamante louco de tempos atrás. 

E vou brilhar. Com toda força, eu vou brilhar. 

Meus sonhos são gigantes, minhas pretensões são espetaculares. O tamanho dos seus sonhos diz quem você realmente é. E eu sou muito grande.

Chega de flagelo, de me torturar, de abrir mão de mim mesmo. Vou acreditar no que eu acho certo, mas não vou abrir mão de mim. O amor constrói pontes, cria enormes estradas. E agora, sem me machucar, vou construir o meu caminho. E, ao chegar ao final dele, numa apoteose, vou olhar para trás e não me arrepender. 

Já me causei dor demais, agora vou batalhar diariamente a minha vitória, porque essa é apenas uma questão de tempo. É só eu querer que eu consigo, e eu estou descobrindo o quanto eu quero isso.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Eu e eu mesmo.


As vezes, a gente nao pensa muito nas coisas, apenas tem vontade de sair fazendo. Isso pra mim tem nome. É desse jeito que funcionam e é desse jeito que vão andando por si mesmas.

Eu sempre fui assim, na base do impulso, sem lapso temporal, sem pausa pra respirar. E foi assim mesmo qeu eu comecei a escrever agora. As pessoas perdem muito por tentar racionalizar as coisas, eu não. Nunca perco nada por essa razão, eu me jogo, caio de cabeça, pensar a respeito fica pra depois. Agora é agora.

Acho que tenho isso no meu sangue, outro dia conversei com minha terapeuta, ela me disse que os portadores de TDAH são assim mesmo, intensos. Achei aquilo vago demais, acredito até que sejamos mesmo intensos, mas creio que a paixão pela emoção seja mais algo inerente ao meu sangue.

Apaixonado, sou capaz de ultrapassar limites, vencer obstaculos intransponíveis pela falta de paixão. E ao me referir a amor, falo de todo tipo, àquilo que se faz, àquilo que se pensa, àquela pessoa. Imagino que o amor por si só seja capaz de vencer limites, mas eu não estou falando do amor, estou falando de mim. E eu, amando, apaixonado, venço qualquer barreira, nada se põe a minha frente.

E eu estou amando. Desmedidamente. Infinitamente.

Então, entre eu e o meu amor, nada obstaculiza.

É algo novo, nunca sentido por mim antes. Então não sei bem onde vai chegar, mas sei que vai chegar a algum lugar bom.

Eternamente grato àquelas pessoas que me ajudaram a amar dessa forma, amo a mim mesmo, amo o meu futuro, amo o meu presente, amo a vida.

Sei que ninguém está muito interessado em saber disso, mas uso isso como uma ferramente aliviadora. E eu precisava me aliviar.

Aliviado, mais do que nunca aliviado.

Amor, mais do que nunca a mim mesmo.

Paz, finalmente.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Hoje, amanhã é só amanhã

A verdadeira felicidade se encontra... Se encontra... Se encontra? Peraí, quem disse que a felicidade é algo para ser encontrado? Quem disse que ser feliz é objetivo? Quem disse que é razão de viver? A felicidade é meio, não fim; é forma, não razão. Ninguém vive à procura de ficar feliz, vive-se à procura de algo sendo feliz, estando feliz. É sentimento. E sentimento não se explica. 

Muita gente passa a vida toda procurando por algo impossível de encontrar, e por isso esquece de olhar pra baixo, pra onde o horizonte lá no fundo impossibilita de enxergar. O importante é minúsculo. Claro que observar sem viseiras é fundamental, ampliar o raio de visão é o que norteia os nossos trilhos, porém como caminhar os trilhos sem enxergar a curto alcance? É impossível! E é esse meio a que me refiro como felicidade. O caminho a trilhar para um objetivo ao fundo.

As vezes, cegamente guiadas por um objetivo, dito grandioso, alguns tropeçam muito durante o caminho. Cometem o equívoco de apenas enxergar onde querem chegar, em detrimento de onde estão. Dalai Lama, indispensando comentários, disse uma vez a esse respeito: 

"(...)E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro...(...)"

 Em sua asserção, Dalai Lama ainda vai mais longe, ele nos diz que por pensar tanto no futuro, esquecemos de viver o presente, e ainda corrompemos o que nós tanto objetivamos, esse horizonte que está por vir.

A vida é feita de sonhos, de desejos, objetivos, alvos, de pensar no futuro. Porém, mais do que isso, a vida é feita de meios, de caminhos, de trilhas, de presente, que não devem ser esquecidos nunca, porque é vivendo o hoje que atingimos aquilo que, de fato, é a nossa razão.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Eu e eu mesmo, o amor ao som

Recentemente, escrevi um texto sobre o meu amor a introspecção, e durante esse texto, toquei num outro assunto que me entorpece tanto quanto, ou até mais, que isso, a música.

Numa pincelada breve sobre essa paixão, eu não consigo fazer quase nada sem ouvir música, e é a, mais ou menos, isso que tem se resumido a música na minha vida.

Claro que eu não deixo de fazer nada por não estar ouvindo música, mas quando eu não estou, geralmente, eu faço mais emburrado. Não sou também um cara chato quando não estou ouvindo nada, apenas tenho a opção na minha vida de estar com ela e faço isso constantemente. Quase como uma namorada, a gente tá lá com ela porque a gente quer estar, mas não significa que não vivemos sem.

A presença dela na minha vida merece destaque porque tem sido a minha melhor amiga numa fase tão complicada para mim, onde inúmeros problemas tem aparecido, e muitas batalhas tem sido travadas. A música fica ali, me falando as coisas, e eu a ouço sem ter que falar nada, sem ter que me explicar, sem ter que fingir, eu a ouço, ela me fala, me entende, eu posso fingir que tá tudo bem que ela sabe que não tá e, mesmo assim, não questiona.

Tenho escutado de tudo, cada dia é um som diferente que me entende e me segura, por isso a música é tão companheira para mim, porque ela se transforma em tudo que eu preciso quando eu preciso, e eu nem preciso falar. É inexplicável essa química que rola entre a gente. Ela que me dá cafuné quando eu to carente, que me segura quando eu to com vontade de fazer merda, que me controla quando eu to possesso, que me põe pra cima quando eu tô triste. Agradeço muito ao cara que criou a música, eletrônica, rock, samba, mpb, qualquer coisa que esteja me dando toda essa força que eu tenho tido ultimamente. Porque não é fácil lutar contra tudo isso que tenho lutado sozinho.

As vezes, tenho vontade apenas de me largar num canto e chorar copiosamente, entregue a uma tristeza inexplicável, mas graças a música, principalmente, eu tenho forças pra me levantar e continuar a luta contra esse leão diário que eu tenho que matar, o papel dela na minha vida tem tido um tamanho tão significativo que não adianta eu tentar por em palavras.

Sei que pode parecer bobagem, mas não é.

Esse amor, intangível pra tanta gente, não vai ser explicado em palavras, porque nunca conseguimos explicar isso, a gente sabe que tá ali, mas não conseguimos explicar.

Agradeço a tanta gente e a tanta coisa por me ajudarem tanto nesse momento dificil que tenho vivido, que não poderia deixar de agradecer a música, por ser tão companheira.

E não poderia deixar de agradecer a uma música em especial, por ter sido, acima das outras, a mais companheira de todas.


Enxergando (ou tentando) a beleza no futuro

Meio amargurado, começo a escrever esse texto, pensando insistentemente nos caminhos curvilíneos que tenho seguido dia após dia. As curvas que se sobrepõem às retas simples, elas norteiam a trilha percorrida, mas não tiram o controle - ou não deveriam - de quem as segue. São caminhos percorridos com mais dificuldade, caminhos mais árduos, porém mais satisfatórios. São as estradas que seguimos por entre eucaliptos, apenas nós, nossos pensamentos e o chão que firma o nosso movimento.

O fim deverá ser recompensante, a cachoeira ao fim da estrada, onde possamos sentar e deixar que a água bata em nossas costas e, infinitamente, nos permitimos entregar a nossos devaneios, sem dever satisfação àqueles que tanto as cobra. Uma mente entregue a si mesmo é uma mente verdadeiramente livre. As amarras que impedem as nossas fantasias, são as mesmas que seguram os vôos sem sair do lugar, o impedimento dessas raízes torpes fazem a criatividade intrínseca à cada um, se apagar, e não despejar todo esse amor guardado. A nossa batalha vem, simultaneamente, ao tolhimento do nosso amor.

O caminho retilíneo, simples, fácil, não nos dá margem de melhorar nada, nos dá apenas a convicção de que seguindo ali nós vamos chegar lá, sem dificuldade que não esteja em nós mesmos. Seguindo um caminho cheio de curvas, passamos por dificuldades externas, onde o teste é constante, e temos, acima de tudo, um desafio para com nós mesmos. Onde enxergamos nossos limites, e aprendemos sempre mais e mais sobre os nossos eus interiores.