Por completo, deixou de existir.
Deixou de existir nas memórias onde
outrora esteve tão vívido, deixou de existir nas recordações onde em
outra época era tão protagonista. Deixou de existir...
Foi
quando surgiu ela, lhe devolveu o animo, lhe dera força, lhe motivava,
apoiava. Mais do que isso, suportava a sua insistência em desaparecer.
Com
sua paciencia em resistir à sua vontade de sumir, foi vencendo-lhe com
seu carinho terno e, apesar de todas as dificuldades, continuava ali ao seu lado,
mesmo quando ele insistia em sumir atrás dos travesseiros naquele
quarto em penumbra.
Pouco a pouco, ela e sua (falta de) paciência irritante
foram amolecendo o peito, ele pensava em a expulsar dali, chutar ela
para que pudesse desaparecer por completo, mas não conseguia. Aquela (falta de)
paciencia irritante era acalentadora.
Deixando de ser cego aos
poucos, aquele carinho despretensioso, que não espera nada em troca foi se
tornando recíproco, a vontade de desaparecer não era mais tão
recorrente, a luz daqueles fios castanhos lhe impulsionava fora da cama,
por ela, a vontade de desaparecer foi se transformando em vontade de
gritar para o mundo como ele tinha sorte. Voltou a ter uma razão pelo
que se esforçar.
Desde então, ao deitar na cama e pensar em
desaparecer atrás daqueles travesseiros, ele lembrava de seu rosto, e
seu peito se enchia de calor, e ele dormia rápido, sorrindo, pois no
outro dia era uma grande batalha, e, por ela, ele ia vence-la.
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