quarta-feira, 5 de setembro de 2012

(Re) Existência

Por completo, deixou de existir.
Deixou de existir nas memórias onde outrora esteve tão vívido, deixou de existir nas recordações onde em outra época era tão protagonista. Deixou de existir...

Foi quando surgiu ela, lhe devolveu o animo, lhe dera força, lhe motivava, apoiava. Mais do que isso, suportava a sua insistência em desaparecer.

Com sua paciencia em resistir à sua vontade de sumir, foi vencendo-lhe com seu carinho terno e, apesar de todas as dificuldades, continuava ali ao seu lado, mesmo quando ele insistia em sumir atrás dos travesseiros naquele quarto em penumbra.

Pouco a pouco, ela e sua (falta de) paciência irritante foram amolecendo o peito, ele pensava em a expulsar dali, chutar ela para que pudesse desaparecer por completo, mas não conseguia. Aquela (falta de) paciencia irritante era acalentadora.

Deixando de ser cego aos poucos, aquele carinho despretensioso, que não espera nada em troca foi se tornando recíproco, a vontade de desaparecer não era mais tão recorrente, a luz daqueles fios castanhos lhe impulsionava fora da cama, por ela, a vontade de desaparecer foi se transformando em vontade de gritar para o mundo como ele tinha sorte. Voltou a ter uma razão pelo que se esforçar.

Desde então, ao deitar na cama e pensar em desaparecer atrás daqueles travesseiros, ele lembrava de seu rosto, e seu peito se enchia de calor, e ele dormia rápido, sorrindo, pois no outro dia era uma grande batalha, e, por ela, ele ia vence-la.

Nenhum comentário:

Postar um comentário