sábado, 4 de maio de 2013

Lindo horizonte

Certa ocasião, me encontrei em uma trilha com o mundo, à minha esquerda, desaparecendo num horizonte de perder o fôlego, numa das visões mais lindas que eu me lembrava de ter visto e, ao meu lado direito, contrapunha-se um enorme monte rochoso, com pedrinhas caindo o tempo inteiro e muita poeira despencando, quase pintando o meu corpo com aquela cor acinzentada. À minha frente, exibia-se uma subida, íngreme, constante, lotada de pedras soltas que a qualquer momento poderiam simplesmente se soltar e, ao pisar, me fariam cair lá de cima. Ao me virar, deparei-me com uma estrada, um seguimento daquela trilha, porém asfaltado, como se aquele ponto em que eu me encontrava fosse o começo daquela trilha.

Fiquei me questionando, tentando lembrar qual o caminho feito por mim até chegar àquele lugar, mas não consegui, apenas me perdi naquele horizonte, sentindo aquelas pedrinhas caindo sobre mim, mas as ignorando, via aquela vastidão com os olhos brilhando, esperando a hora em que, da mesma forma que cheguei, eu iria embora, mas, ao mesmo tempo que eu esperava essa hora, eu ansiava para que ela não chegasse nunca. Ignorei aqueles dois caminhos, as pedras caindo sobre mim, optei por enxergar a beleza à minha frente, mas no fundo, eu sabia que o risco de ficar ali era grande, a qualquer momento poderia cair alguma pedra grande em mim, e também, eu não iria embora como num passe de mágica, eu teria que optar em subir e ver onde daria aquele caminho perigoso ou descer e ver onde aquele caminho me levaria. 

Pensava em tudo isso com o coração apertado, pois a vida me forçava a escolher por onde eu iria, e eu sabia que se eu subisse, seria infinitamente mais difícil, mais perigos eu encontraria, mas chegaria ao topo da montanha e lá de cima contemplaria o mundo de uma forma inédita e mais espetacular ainda que naquele momento e se descesse, encontraria um caminho mais fácil, mais brando, que me levaria à segurança, mas me faria perder aquela vista maravilhosa, não contemplaria algo como aquilo novamente. Cabia apenas a mim escolher, por mais difícil que possa ser, é apenas minha essa escolha. 

Eu sigo olhando para o chão, mas de esguelha, vislumbro aquele mundo maravilhoso e isso me motiva a continuar subindo. 

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